domingo, 18 de abril de 2010

Dicas- Ballet

Arco dos pés



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1) Descanse seu pé (tente manter seus dedões do pé fora do chão de forma que você usa seu arco para esticar seu pé) e lentamente tente esticando seu joelho, mantendo o bol de seu pé o mais próximo possível do chão. Quando você esticar seu joelho, tente empurrar o bol de seu pé o mais perto do chão usando apenas seus músculos. Isso ajudará a dar força para esticar o pé ao máximo.

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2) Estique seu pé o máximo que conseguir, flexionando apenas seus dedos. Esse exercício ajuda a fortalecer o arco do pé, pois ensina como estica-lo da maneira correta. Enquanto fizer este exercício estique o joelho, para trabalhar completamente os músculos da sua perna, o que dará uma boa estabilidade ao subir na meia ponta.

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3) Envolva seu pé em algo redondo (lata, bola, etc), se esforçando ao máximo para esticá-lo ao redor disso, levante-o tentando manter a mesma posição.

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4) Esse é um exercício lento de battement tendu e pode ser feito como parte do aquecimento. O desafio está em manter o pé preso ao chão, arrastando, mas sem transferir o peso (fotos 1 e 2). Esse é um ótimo alongamento para os músculos da coxa, além de fortalecer os pés no trabalho da meia-ponta para ponta.



Exercícios para aumentar a altura do seu arabesque

Aqui estão alguns exercícios que ajudarão a aumentar a altura do seu arabesque. Não precisa fazer todos, mas procure fazer o primeiro, que ajudará muito na sustentação e o 3 ou o 4 que ajudarão na flexibilidade das costas, impedindo que elas caiam para frente.

Tenha cuidado para não exagerar, o objetivo não é que você se machuque. Quando fizer seu arabesque procure estar bem colocado, pois não adianta perna alta se o corpo está mal colocado e as pernas en dedans. Lembre-se sempre de que o Ballet é uma arte.

  1. Suba a perna em arabesque e apóie na barra ou outro objeto que sirva de apoio. Tente levantar a perna da barra, deixe no ar por 1 contagem de 8 e volte a apoiá-la.Lembre-se de estar com o corpo bem colocado, principalmente os quadris. Repita 4 ou 8 vezes. Tenha cuidado para que o tronco não caia para frente e mantenha os braços em primeira posição ou demi-bras. Repita com a outra perna. À medida que for dominando a altura da perna procure apóia-la em lugares mais altos ou se treinar sempre no mesmo lugar, tente subi-las mais alto no ar.
  2. Na barra, de lado, fique em quinta posição e faça um tendu derrière com a perna de fora. Faça um cambré procurando flexionar as costas ao máximo, mas tendo o cuidado de não apoiar o peso do corpo no pé de trás. Quando atingir o máximo de flexão, comece a subir a costas trazendo a perna em um arabesque. Procure manter o mesmo ângulo entre a perna e as costas de quando você estava no cambré. Continue levando o tronco par frente e puxando a perna para fazer um pencheé. Depois volte para arabesque. Quando se olhar no espelho, se certifique de que a coluna está alinhada com a parte anterior da coxa da perna de apoio e não com a posterior, pois se estiver alinhada com a parte posterior, haverá dificuldade em aumentar a altura do arabesque e estressará a costas. Repita com a outra perna.
  3. Deite com a barriga para baixo e curve as costas para cima, empurrando o chão com as mãos (que devem estar posicionadas embaixo dos ombros). Procure alongar o máximo que puder tendo o cuidado de não exagerar e se machucar. Quando sentir que estão bem aquecidas, volte à posição original. Levante as costas novamente e tente levantar as pernas uma de cada vez mantendo o en dehors. Para compensar, quando terminar o movimento com a s 2 pernas, sente com os pés sob as nádegas e alongue as costas com os braços a frente da cabeça.
  4. Deite de barriga em um banco ou uma mesa de modo que da cintura para cima seu corpo fique pendurado. Peça a um amigo para segurar seus pés e tente levantar o torso. Faça o exercício em séries de 3, porém no terceiro movimento tente manter a posição por alguns segundos. Se ficar inseguro em fazer esse exercício numa mesa ou banco, faça no chão e se não conseguir um amigo para ajudá-lo, tente levantar o torso sem levantar os pés. Para compensar, quando terminar o movimento com a s 2 pernas, sente com os pés sob as nádegas e alongue as costas com os braços a frente da cabeça. Se fizer o exercício anterior antes de fazer esse exercício, só é necessário compensar uma vez, depois do último exercício.


Ballet de repertório- La Syphide

Balé romântico em dois atos e três cenas
Libreto: Adolphe Nourrit
Coreografia: Filippo Taglioni
Cenários: Pierre Ciceri
Música: Jean Schneitzhoeffer
Figurinos: Eugène Lami
Estréia mundial: 12 de março de 1832, no Théâtre de l’Academie Royale de Musique, em Paris. Maria Taglioni interpretou a Sílfide e Mazilier foi James.

Com libreto de Adolphe Nourrit, La Sylphide foi inspirado no conto de Charles Nodier, "Trilby ou Le Lutin d'Argail", de 1822, que era baseado em uma lenda escocesa. La Sylphide é um marco histórico, pois representou o início da era romântica no ballet, pois continha todos os elementos do romantismo, a mulher idealizada, o amor inatingível, o predomínio do sobrenatural e a morte por amor.

Teve enorme sucesso quando de sua estréia, não apenas por trazer a era romântica aos palcos, mas principalmente pela inovação que representou, com a bailarina principal, Marie Taglioni, filha do coreógrafo deste ballet, Filippo Taglioni, usando sapatilhas de ponta. Foi a primeira vez que se atingiu em um ballet o que há muito era o ideal de todos os coreógrafos, fazer a bailarina ficar em um nível elevado, parecer leve, o que acabou se consagrando como símbolo da bailarina.

Além das sapatilhas, as roupas usadas passaram por grande alteração, entraram em cena os tutus românticos, com seus tecidos esvoaçantes e translúcidos, em várias camadas, o que só intensificava a impressão de leveza da bailarina. Outro ponto que merece destaque é a evolução ocorrida nos cenários nesse período, que culminou com a possibilidade das bailarinas "voarem" no palco, por meio de mecanismos cenográficos revolucionários.

O segundo ato foi determinante para o surgimento do ballet blanc, um ato inteiro somente com criaturas etéreas, que mais tarde seria dado continuidade em outros ballets, como Giselle, La Bayadère, etc.

Apesar do imenso sucesso alcançado por La Sylphide, a coreografia original foi se perdendo com o tempo, inúmeras foram as novas versões criadas após a de Filippo Taglioni, merecendo destaque a de Bournonville, em 1836, que ainda nos dias de hoje resiste, além desta, em 1971, Pierre Lacotte, baseado em profundas pesquisas realizadas em descrições e anotações da época, remontou o ballet para para a Ópera de Paris, tendo como papel principal sua esposa Gislaine Thesmar, sendo esta a versão mais conhecida na atualidade.

Ballet de repertório- Romeo e Julieta

História

Ato I. Cena 1: No mercado de Verona Romeu, filho dos Montéquio, tenta sem sucesso declarar seu amor a Rosalina e é consolado por seus amigos Mercúrio e Benvolio. As pessoas começam a se encontrar no mercado, e uma discussão ocorre entre Tebaldo, sobrinho dos Capuleto, e Romeu e seus amigos. Os Capuletos e os Montéquio são inimigos eternos, e por isso, logo se inicia uma briga. Os Montéquios e os Capuleto lutram entre si, até que são interrompidos pela chegada do Príncipe de Verona, que tenta dar fim à hostilidade existente entre as duas famílias.

Ato I. Cena 2: A sala de Julieta na casa dos Capuleto Julieta, brincando com sua ama, é interrompida por seus pais. Eles a apresentam a Paris, um rico e jovem nobre que pediu sua mão em casamento.

Ato I. Cena 3: Fora da casa dos Capuleto Os convidados chegam para o baile oferecido pela família. Romeu, Mercúrio e Benvolio se disfarçam com máscaras e decidem ir em busca de Rosalina.

Ato I. Cena 4: O salão de bailes Romeu e seus amigos chegam no clímax da festa. Os convidados vêem Julieta dançando; Mercúrio, vendo que Romeu está hipnotizado por ela, decide distrair sua atenção. Tebaldo reconhece Romeu e ordena que deixe o salão, mas um Capuleto intervém e o acolhe como convidado em sua casa.

Ato I. Cena 5: Fora da casa dos Capuleto Enquanto os convidados deixam o salão, o Capuleto reprime Tebaldo por perseguir Romeu.

Ato I. Cena 6: O balcão de Julieta Sem conseguir dormir, Julieta fica em seu balcão pensando em Romeu, quando ele de repente aparece no jardim. Eles então confessam o amor que sentem um pelo outro.

Ato II. Cena 1: O mercado de Verona Romeu só consegue pensar em Julieta e, vendo um cortejo de casamento passar, ele sonha no dia em que vai desposá-la. Enquanto isso, a ama de Julieta se espreme no meio da multidão para entregar uma carta para Romeu. Ele lê e recebe o "sim" de Julieta para o casamento.

Ato II. Cena 2: A capela Os amantes se casam secretamente com Frei Lourenço, que espera que assim se acabe a intriga entre os Motéquio e os Capuleto.

Ato II. Cena 3: O mercado de Verona Interrompendo a farra, Tebaldo luta com Mercúrio e o mata. Romeu vinga-se da morte de seu amigo e é exilado.

Ato III. Cena 1: O quarto Na aurora de um novo dia, a agitação na casa dos Capuleto é muita, e Romeu deve ir embora. Ele abraça Julieta e parte no momento em que os pais de Julieta aparecem com Paris. Julieta recusa-se a casar com ele, e, magoado com sua recusa, ele a deixa. Os pais de Julieta se aborrecem e ameaçam deserdar a filha. Julieta vai ao encontro de Frei Lourenço.

Ato III. Cena 2: A capela Julieta cai nos pés do frei e implora por sua ajuda. Ele lhe dá um frasco com uma poção que a fará dormir, de maneira que todos pensem que é morta. Seus pais, acreditando estar ela realmente moribunda, irão enterrá-la no mausoléu da família. Enquanto isso Romeu, avisado pelo Frei Lourenço, irá voltar à noite para buscá-la e juntos fugirem de Verona.

Ato III. Cena 3: O quarto Esta noite, Julieta aceita que Paris a despose, mas na manhã seguinte, quando seus pais chegam com Paris, percebem que ela está morta.

Ato III. Cena 4: O mausoléu dos Capuleto Romeu, não avisado pela mensagem do Frei, volta à Verona atordoado com a notícia da morte de sua amada. Disfarçado como um monge, ele entra no mausoléu e, vendo Paris sobre o corpo de Julieta, o mata. Acreditando que ela está morta, Romeu se envenena. Julieta acorda, e vendo seu Romeu sem vida, se suicida também com um punhal, pois não pode viver sem seu grande amor.

Ballet de repertório- Raymonda

A ação se desenrola no século XIII.

Ato I : Palácio de Raymonda Prepara-se a festa do aniversário de Raymonda, sobrinha da Condessa Sybil de Daurice, da França. Todos dançam alegres e despreocupados. Entra a Condessa, que repreende os convivas por sua ociosidade. Mostra-lhes a estátua da Dama Branca, uma antepassada sua, que castiga os que se mostram infiéis às tradições da família. O Cavaleiro Jean de Brienne vem despedir-se da noiva, Raymonda. Ele está de partida para uma cruzada chefiada pelo Rei André II, da Hungria. Cai a noite. Surge diante de Raymonda o fantasma da Dama Branca, que conduz a jovem ao Reino Mágico da Fantasia, onde Jean de Brienne a espera. Eles dançam felizes. Repentinamente Jean desaparecer. Surge em seu lugar um desconhecido e exótico Cavaleiro Oriental, que faz uma apaixonada declaração de amor à encantada Raymonda. Esta, assustada, desfalece. Com a chegada da aurora, a jovem desperta e conclui que as visões foram uma premonição de seu destino.

Ato II: No castelo dos Daurice Uma festa está em andamento. Os convidados vão chegando, entre eles o cavaleiro sarraceno Abderakhman, com enorme comitiva. Assustada, Raymonda reconhece nele o misterioso cavaleiro dos seus sonhos. Abderakhman oferece à jovem poder e riqueza em troca da sua mão. Enfurecido ao ver-se repelido por Raymonda, ele decide raptá-la. Nesse exato momento entram Jean de Brienne e os cavaleiros, que retornam da cruzada, tendo à frente o Rei Andrei II. O rei propõe que Jean e Abderakhman decidam seu destino em um duelo. Jean de Brienne sai vencedor. Ele e Raymonda estão novamente juntos.

Ato III: Parque do castelo de Jean de Brienne Comemoração das bodas de Jean e Raymonda. Desfile dos convidados. Andrei II abençoa os noivos. Os festejos terminam com um grande baile húngaro em homenagem ao rei.

Ballet de repertório- O Corsário

Prólogo - O Naufrágio

Um grupo de piratas, Conrado, Birbanto e o escravo Ali, são surpreendidos no mar por uma forte tempestade, em pouco tempo seu navio encalha.

Ato I

Cena I

Conrado e os outros piratas são levados até a praia pelas ondas. Jovens gregas, lideradas por Medora e Gulnara aparecem na praia, e logo descobrem o naufrágio, imediatamente Medora e Conrado se apaixonam. Em seguida um grupo de mercadores turcos, comandados por Lankendem, em busca de jovens mulheres para serem vendidas como escravas. Os turcos capturam as jovens gregas por uma boa quantia oferecida por Lankendem, que as leva para o mercado escravo. Os corsários as seguem, para tentar resgatá-las.

Cena II – O Mercado Escravo

Em meio ao povo surge o rico Paxá Seid, procurando por belas mulheres para serem compradas para seu harém. Lankendem mostra ao Paxá todas as mulheres capturadas em suas viagens por terras distantes, mas nenhuma lhe causa interesse, até que apresenta Gulnara, dançando com ela um Pas d’action (Pas d’esclave).
Encantado com sua beleza, o rico Paxá paga enorme quantia para tê-la em seu harém, mas o trunfo de Lankendem havia sido guardado para o final, a bela Medora. Imediatamente o Paxá faz sua oferta, mas para sua surpresa um desconhecido faz uma oferta maior do que a sua, ganhando a disputa por Medora. O desconhecido revela ser Conrado e leva embora, juntamente com os outros corsários, Medora, suas amigas e o mercador Lankendem, este último preso.

Ato II – A Caverna dos Corsários

Conrado e os outros corsários levam Medora e suas amigas para dentro de sua caverna, onde guardam seus tesouros. No auge das celebrações Medora e Conrado declaram seu amor e Ali, o mais fiel corsário à Conrado, jura ser um devotado escravo à Medora. Os três dançam o Grand Pas Classique (também chamado Grand Pas de Deux a Trois ou Le Corsaire Pas de Deux).
Uma das mulheres pede à Medora que interceda, em nome de todas, para que sejam libertadas. Conrado promete libertá-las, mas Birbanto, um dos corsários, e seus amigos protestam, iniciando uma briga. Conrado cumpre o prometido, o que leva Birbanto e seus amigo a firmar acordo com Lankendem, em troca de sua liberdade Lankendem ensinaria-lhe uma poção, que quando espirrada em flores, qualquer um que as cheirasse adormeceria imediatamente.
Conrado e Medora aparecem, felizes com a chance de estarem finalmente sozinhos. Lankendem dá a Medora um buquê de flores para que ela dê a Conrado, que ao cheirá-las adormece. Lankendem, Birbanto e seus parceiros capturam Medora. Conrado acorda e juntamente com Ali vai em busca de Medora, para salva-la novamente.

Ato III

Cena I – O Harém do Paxá


Gulnare está sendo festejada pelo Paxá quando Lankendem chega com mais três lindas mulheres para entreter o harém. Elas dançam o Pas de Trois (o Grand Pas de Trois des Odalisques), em seguida o mercador traz o grande prêmio, Medora, apesar de muito triste por ter sido capturada ela se anima ao ver sua amiga Gulnare.

Cena II – Le Jardin Animé

Medora, Gulnare e as mulheres do harém vão juntas a um jardim repleto de flores e fontes mágicas, celebrar a beleza, graça e harmonia.

Cena III – O Resgate

O Paxá é alertado sobre a chegada de misteriosos peregrinos, o que coincide com a oração da tarde, sendo então conduzida pelo seu líder, que é na verdade Conrado disfarçado. Sua identidade é revelada, mas a tempo de resgatar Medora e Gulnare.

Epílogo

Medora, Conrado, Gulnare e Ali partem em busca de novas aventuras.

Ballet de repertório- O Quebra Nozes

Nome: Quebra-nozes.

Estréia: teve sua primeira apresentação no dia 18 de dezembro de 1892.

Coreografia: A coreografia original é creditada normalmente a Marius Petipa e seu assistente Leon Ivanov.

Bailarinos de estréia: Depois de mais de 50 anos de história, um dos mais marcantes "Quebra-nozes" foi realizado em 1954 no New York City Ballet, com coreografia de George Balanchine. Este Ballet foi apresentado por Rudolf Nureyev, Royal Swedish Ballet (1967) e England's Royal ballet (1968) e Mikhail Baryshnikov, American Ballet Theatre (1976). Com tantas produções deste ballet, ele se tornou um dos mais lembrados no repertório clássico de natal, no teatro , no balé e no gelo.

História

A história se passa na Europa Oriental, durante o século XIX. Um médico e prefeito da cidade, Jans Stahlbaum se maravilha ao realizar um Natal para sua família e amigos. Seus dois filhos, Clara e Fritz, esperam ansiosos por seus convidados. A neve traz uma atmosfera festiva enquanto os convidados chegam. Atrasado, como sempre, chega Herr Drosselmeyer, padrinho de Clara, que chega com grande festa. Ele entrete todos os espectadores com seus bonecos dançantes. Todas as crianças recebem presentes. Com um pouco de inveja, Clara pergunta a Drosselmeyer por seu presente. Ele brinca com ela e depois a oferece um presente bem diferente, um quebra-nozes. Encantada, Clara logo se fascina pelo brinquedo. Seu irmão rouba seu presente e o quebra, deixando Clara desapontada. Drosselmeyer conserta o pobre quebra-nozes, mas Clara ainda está desapontada. Mas o padrinho promete que tudo ficará bem. A noite chega e os convidados começam a deixar a casa. Clara vai para a cama, mas ela acorda de repente no meio da noite e vê que seu querido Quebra-Nozes tomar vida. Ó não! Surgem ratos malvados de todos os lados! Eles estão sendo comandados pelo Rei dos Ratos, que corajosamente é derrotado pelo quebra-nozes. De lá eles são transportados para uma terra de magia, numa embarcação especial. Lá o Quebra-Nozes se transforma num encantador Príncipe. Eles atravessam uma terra encantada onde encontram os dançantes flocos de neve. Avisada pelos anjinhos, a Fada Açucarada fica sabendo que o príncipe e sua acompanhante chegam, e assim convoca todo o povo de seu Reino dos Doces. Ao chegar, o príncipe conta suas aventuras como quebra-nozes, e em seguida os dois são deliciados com as mais gostosas guloseimas, com todos os personagens do reino dos doces dançando para eles. Ao final, Clara acorda e percebe que tudo foi um sonho. E que sonho maravilhoso!!!!

Ballet de repertório- Paquita

História

A história transcorre em Saragoza, na Espanha. Em uma festa na casa de Dom Lopezestão todos sentados esperando a dança dos ciganos. Dom Lopez tenta aproximar Lucien, seu filho, da filha do governador. Os dois jovens não gostam muito da idéia. Entra Paquita, a cigana, e Inigo, o chefe dos ciganos e começam a dançar. Paquita e Lucien trocam olhares. Ao acabar a dança, Inigo pede a Paquita para passar o chapéu entre os convidados. Ela não gosta e Inigo ameaça bater-lhe, quando Lucien surge na sua frente. Inigo percebe o interesse de Lucien em Paquita. O governador chama Inigo e juntos tramam a morte de Lucien, combinando de usar Paquita para atraí-lo. Paquita e Lucien encontram-se a sós e ele pede a ela que fuja com ele. Ela, assustada, não aceita. Todos vão embora, e Lucien diz que irá depois, porque os ciganos darão uma festa em sua homenagem. Enquanto isso, Inigo e o governador estão tramando a morte de Lucien. Quando Paquita escuta que eles colocarão veneno na bebida do jovem, eles se retiram e, Paquita, nervosa, faz barulho. Inigo a surpreende, mas ela o convence que acabara de entrar. Entra Lucien, que pede abrigo a Inigo, que concorda. Paquita tenta avisá-lo por sinais de que corre perigo. Inigo pede que Paquita prepare a refeição. Lucien se dá conta do perigo. Durante o jantar, Paquita mostrará o que ele pode beber ou não. Ao chegar a bebida envenenada, Paquita derruba uns pratos e, na confusão, ela troca os copos. Logo depois, Inigo adormece. Os dois fogem, pois os guardas do governador iriam chegar para matar Lucien. Os dois vão até a casa do Conde de Hervilly, onde contam que o governador tramou tudo com o cigano. Paquita reconhece a fisionomia do Conde como se fosse seu pai. O Conde diz que ela era sua sobrinha, e que seu irmào havia sido morto por ciganos. Ela entende ser a única sobrevivente do ataque, passando a ser criada por Inigo. O Conde manda prender toda a comitiva do governador, e adota sua sobrinha dando uma bela festa junto com Lucien.

Ballet de repertório- O Lago dos Cisnes

História

Ato I: Uma campina próxima ao castelo. É tarde. O Príncipe Siegfried organizou uma caçada para celebrar seu vigésimo primeiro aniversário. Os trabalhadores tiveram folga e organizaram um piquenique que o Príncipe prometeu ir, mas este foi interrompido pela Rainha, sua mãe, que o lembrou que era seu dever nesta sua maioridade de escolher uma noiva entre seis princesas. Quando o sol vai se pondo os trabalhadores vão indo embora. O Príncipe, triste em pensar que sua liberdade iria embora foi animado por Benno, que avistou alguns cisnes. O Príncipe, pensando que a noite é uma criança, vai à busca deles, e os outros caçadores vão embora.

Ato II: Algumas horas depois, à beira do lago. Enquanto o Príncipe Siegfried adentra a floresta para caçar, vê um belo cisne a voar. Ele cuidadosamente o mira, mas, para sua surpresa, o pássaro se transforma na mais linda das moças, e ele se esconde por entre as árvores para observá-la. Incapaz de conter sua curiosidade, ele aparece e a assusta. Ele assegura que nenhum mal irá fazer para com ela e a pede que explique o fenômeno que acabara de presenciar. Impressionada por sua gentileza, Odette revela a história de sua situação. Ela conta que é uma Princesa nascida em berço de outro que foi enfeitiçada por um feiticeiro malvado e agora sua sina é ser um cisne ; apenas em algumas horas do escuro é que ela se transforma em humana. O lago em que habita foi formado pelas lágrimas de sua mãe. Ela conta que está condenada para a eternidade, e somente se um jovem virgem jurar eterna fidelidade a ela e desposá-la, só assim ela se libertará. Mas, se ele a trair, então ela permanecerá um cisne para sempre. Neste momento o feiticeiro aparece. O Príncipe apaixonado pega seu arco e flecha, mas Odette imediatamente protege o feiticeiro com seu corpo, pois sabe que se ele for morto antes do feitiço ser quebrado, também ela morrerá. O feiticeiro desaparece, e Odette se esconde na floresta. Siegfried percebe que seu destino está agora mudado. A alvorada começa a aparecer Odette é tomada mais uma vez pelo feitiço, retornando a seu disfarce de cisne. Siegfried vai embora desesperado.

Ato III: A noite seguinte, no Salão de Festas. Convidados de muitas realezas aparecem para a festa de aniversário, incluindo as seis princesas e seus dotes, de que a Rainha Mãe escolhera como elegíveis esposas para a mão de seu filho. A Rainha ordena que o entretenimento comece, e então convida as princesas a dançar. O Príncipe dança com cada uma. Sua mãe então o ordena que se decida, mas ainda com a memória de Odette, ele recusa todas, para desgosto da mãe. A fanfarra anuncia então a chegada do Barão Von Rothbart com sua filha Odile. Siegfried, que se encanta com a beleza de Odile é seduzido por sua semelhança com Odette, e declara seu amor e fidelidade a ela. Rothbart e Odile, triunfantes, revelam sua decepção, e Siegrfried percebe que foi vítima de um plano malvado. Ele corre então no meio da noite.

Ato IV: À noite na beira do lago. Todos os cisnes estão ansiosos pelo desaparecimento de Odette. Ela aparece e conta do plano de Rothbart, dizendo que antes do amanhecer ela deve morrer. Houve-se o barulho de um trovão. Siegfried a acha e implora seu perdão. Enquanto o amanhecer se aproxima, Rothbart aparece mais uma vez disfarçado de feiticeiro. Odette conta a Siegfried que ela deve se matar, ou então será eternamente um cisne. Siegfried, sabendo que seu destino está mudado para sempre, declara que ele irá morrer com ela, assim quebrando o poder de Rothbart. Os apaixonados se jogam no lago. Rothbart recebe um choque mortal e todo o seu poder está acabado. Enfim, o casal estará unido para sempre na vida após a morte.

Ballet de repertório- La Fille Mal Gardée

História

O enredo é muito simples, pois trata do desejo da mãe em ver a filha casada com um ricaço, ridículo, e que em nada pode despertar o amor. A filha ama um camponês pobre. Aliás, esse bailado já foi apresentado com o título A Inútil Precaução, usado por muitas obras, inclusive como subtítulo da ópera O Barbeiro de Sevilha, de Rossini.

Ato I: O primeiro ato representa uma pequena aldeia, tendo a um lado a fazenda da viúva Simone. O dia amanhece. Lisa sua filha está apaixonada por Colas, um jovem camponês das redondezas. A mãe, entretanto, planeja casá-la com Alain, cujo pai, Thomas, possui um vinhedo e é muito rico. O primeiro ato transcorre numa série de qüiproquós e confusões, com os dois jovens apaixonados procurando fugir da severa vigilância materna. Destacam-se a dança das galinhas e dos gatos, no início; a dança da fita de Lisa; e o pas de deux de Lisa e Colas com a fita.

Ato II: O segundo ato nos apresenta um trigal. A colheita foi feita e dos festejam alegremente. Thomas, querendo impressionar, trouxe um carrinho puxado por um pônei, onde coloca Lisa. Mas Alain é um perfeito imbecil. Uma tempestade dispersa a festa. Alain é arrastado pela força do vento.

Ato III: O terceiro ato representa o interior da fazenda de Simone. Ela e a filha estão chegando encharcadas pela chuva. Simone tranca a porta e coloca a chuva, numa enorme corrente, dentro do bolso de sua saia. Em seguida, vai à troca fiar, e Lisa a ajuda a enrolar o fio. Logo, a velha adormece. Lisa tenta tirar a chave, mas a mãe acorda. Toma de um pandeiro, e as duas põem-se a dançar. Simone volta a dormir. Surge Colas no postigo da porta. Os dois jovens se beijam e se abraçam. Percebendo que Simone está acordando, Colas fecha o postigo, e Lisa volta a dançar. Batem à porta. São os aldeões que vêm a cobrar pelas suas jornadas. Simone lhes paga. Dança dos aldeões. Simone sai com os trabalhadores, mas deixa Lisa trancada. De repente, Colas surge do meio do monte de feixes. Os enamorados trocam juras de amor e seus lenços. Percebendo que Simone está de volta, Lisa esconde-o um quarto em cima da escada. A jovem finge que está varrendo, mas a velha desconfia de algo ao ver o lenço e pergunta onde arranjou. Lisa fica confusa, e Simone a tranca no mesmo quarto em que estava Colas. Batem à porta. Chegam Thomas, Alain e o notário da aldeia para celebrar o contato nupcial. Alain chama os camponeses para presenciarem a assinatura do contrato. Simone diz que Alain pode ir buscar a noiva no quarto, mas, assim que ele começa a subir a escada, Colas lhe barra o caminho. Em seguida surge Lisa. Os jovens se ajoelham e pedem que os deixem casar-se. O notário e os camponeses também intercedem por eles. A final, Simone dá seu consentimento, para sua tristeza para tristeza de Thomas e Alain. O bailado termina com uma alegre festa rústica, depois de um pas de deux dos noivos.

Ballet de repertório- La Bayadére

História

Ato I. Cena 1: No Exterior do Templo Hindu Solor, jovem guerreiro, após uma caçada bem sucedida, envia seu servo ao Rajá levando-lhe de presente um trigre por ele morto. Solor permanece no exterior do templo com a esperança de ver sua amada, Nikiya. O Sacerdote Brâmane tenta demonstrar seu amor à Bailadeira, porém é rejeitado. Magdaveya, um faquir, avisa Nikiya que Solor está a sua espera. Ela deixa o templo e vai ao encontro de Solor, que procura induzir Nikiya a fugir com ele. Ela consente, mas obriga o rapaz a jurar fidelidade diante do fogo sagrado. O Sacerdote Brâmane surpreende a conversa entre os dois, e jura vingar-se.

Ato I. Cena 2: No Palácio do Rajá O Rajá sente-se muito satisfeito com o presente que Solor lhe traz e oferece-lhe a mão da própria filha em casamento, a linda Gamzatti. O guerreiro temendo recusar essa grande honra e cativado pela beleza de Gamzatti, esquece o voto feito a Nikiya. O Sacerdote Brâmane vem ao palácio e conta ao Rajá o namoro de Solor com Nikiya. Sabendo da intenção do Rajá em casar sua filha com Solor, Nikiya vai ao palácio e revela a Gamzatti seu amor por ele e implorando-lhe que o deixe para ela. Gamzatti tenta comprar Nikiya com jóias e presentes. Nikiya recusa e num acesso de desespero ameaça Gamzatti com um punhal. Chocada com seu próprio gesto foge apavorada. Gamzatti jura que Solor será seu e com a ajuda de sua aia planeja uma terrível vingança.

Ato I. Cena 3: A Festa do Noivado A festa de noivado. Na celebração do noivado de Solor e Gamzatti, o Rajá ordena que Nikiya dance com as demais bailadeiras. Durante a dança a aia lhe oferece uma cesta de flores na qual se esconde uma serpente venenosa. Nikiya é mordida e agoniza. O Sacerdote Brâmane se prontifica a salvá-la caso ela aceite pertence-lhe. Após ver Solor com Gamzatti, a jovem recusa, e morre.

Ato II: O Reino das Sombras Solor acha-se tomado de pesar e remorso pela morte da amada. Magdaveya, querendo distraí-lo daquelas sombrias disposições, lhe dá ópio para fumar. Solor adormece e sonha que, em companhia de Nikiya, visita uma terra desconhecida. A seus olhos apresentam-se os espectros da bailadeiras. Por fim ele encontra Nikiya entre elas e jura que nunca mais tornará a abandoná-la.

Ato III: O Ritual do Casamento Dentro do templo de Buda, Solor, atormentado, é levado a se casar com Gamzatti, quebrando seu juramento a Nikiya. A profecia da Bailadeira realiza-se, acontece uma terrível trovoada e o templo cai em ruínas. Dos escombros aprece Nikiya, que vem buscar Solor para viverem seu amor na eternidade.

Ballet de repertório- Giselle

Balé romântico em dois atos
Libreto: Vernoy e Saint-Georges, Théophile Gautier e Jean Coralli
Coreografia: Jules Perrot e Jean Coralli
Cenários: Pierre Ciceri
Música: Adolphe Adam
Figurinos: Paul Lormier
Estréia mundial: 28 de junho de 1841 no Théâtre de l’Academie Royale de Musique, em Paris. Carlota Grisi interpretou Giselle; Lucien Petipa, o conde Albrecht; Adèle Dumilâtre, Myrtha, Rainha das Willis; Jean Coralli, Hilarion.

O poeta Théophile Gautier, juntamente com o dramaturgo Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges, baseado na obra De l'Allemagne (1835), de Heinrich Heine, criou o libreto do ballet Giselle, em homenagem à sua amada, a bailarina Carlotta Grisi.
O libreto foi pautado em um primeiro ato realista, que retrata as desigualdades sociais e o amor impossível de um nobre e uma camponesa, já no segundo ato há um contraste, trata-se de uma fantasia, um cemitério, em meio a uma floresta, repleto de seres etéreos, sobrenaturais, as Wilis.
Tal contraste em grande parte foi contribuição de Vernoy, que escolheu pela morte de Giselle no primeiro ato para que a transição pudesse ocorrer.
A música ficou sob responsabilidade de Adolph Adam, ficando pronta por completo em apenas 3 semanas, para tanto Adam utilizou-se de trechos do ballet Le Pirate, também composto por ele, um ano antes, tal prática era muito comum no passado, o que não prejudicou a partitura de Giselle.
Quanto à coreografia, esta ficou à encargo de Jean Coralli, tendo Jules Perrot, marido de Grisi, como mero colaborador, mas sem que ganhasse nenhum crédito por isso. No entanto, grande parte deste ballet foi coreografado por Perrot, principalmente os solos de Giselle, a cena da loucura, bem como a dança de Hilarion e as Wilis. Somente anos mais tarde, já no século XX, por intervenção de Serge Lifar, a Ópera de Paris incluiu o nome de Perrot como co-autor da coreografia.
O pas de deux Peasant foi inserido no ballet Giselle no último minuto, para Nathalie Fitzjames, em favor a uma influente patrocinadora, Mlle. Fitzjames, tendo sido dançado com Auguste Mabille.
O ballet foi um absoluto sucesso em sua estréia, aclamado pela crítica e pelo público, principalmente por apresentar todo o Corpo de Baile dançando com sapatilhas de ponta.
Após sua estréia em 1841, uma série de modificações corográficas foram feitas, primeiramente pelo próprio Julles Perrot e em seguida por Arthur Saint-Leon, no entanto a mais relevante foi a de Marius Petipa em 1887, tornando-se a versão mais conhecida desde então.

Ballet de repertório- Dom quixote

História

Prólogo: Levado pela visão de Dulcinéia, Dom Quixote começa sua aventura ao lado de seu fiel escudeiro Sancho Panza.

Ato I: Sevilha. Kitri, a filha de Lorenzo, está apaixonada por Basilio, mas decobre que seu pai quer casá-la com Gamache, um nobre. Dom Quixote e Sancho Panza entram na vila, provocando grande comoção. Ao olhar para Kitri, Dom Quixote pensa que achou sua Dulcinéia. Movidos pela idéia do casamento arranjado, Kitri e Basilio, aconselhados por Espada e Mercedes, decidem seguir Dom Quixote e Sancho Panza. Gamache e Lorenzo perseguem o casal.

Ato II. Cena I: Acampamento cigano. Dom Quixote e Sancho Panza descobrem o casal fugitivo em um amigável acampamento cigano. Todos estão inspirados pelo clima de romance da noite. A visão de Dulcinéia aparece novamente para Dom Quixote, que percebe que Kitri não é sua idealizada, e que pertence a Basilio. De repente o vento ganha ímpeto. Dom Quixote então ataca os moinhos de vento, pensando que são gigantes ameaçando a segurança de Dulcinéia. Se sentindo miserável, ele cai em sono profundo.

Ato II. Cena II: O sonho. Dom Quixote tem um sonho encantado com belas moças, onde a imagem de Kitri simboliza sua Dulcinéia.

Ato II. Cena III: É Aurora. Lorenzo e Gamache interrompem o sonho de Dom Quixote. Simpatizante do amor do jovem casal, Dom Quixote diz o caminho errado para os homens.

Ato II. Cena IIII: A taverna. Finalmente descoberta, Kitri é forçada por Lorenzo a aceitar o casamento com Gamache. O frustrado Basilio comete 'suicídio'. Sem saber da farsa, Kitri implora que Dom Quixote convença Lorenzo a desposar o 'cadáver'. Então Basilio 'ressucita'. Kitri vai se arrumar para o casamento enquanto Dom Quixote e Basilio agradecem Lorenzo e Gamache por terem aceitado o inevitável.

Ato III: O casamento. A vila celebra o matrimônio. Dom Quixote congratula o casal, dá um caloroso adeus e continua suas aventuras.

Ballet de repertório- Coppélia

Balé em três atos
Libreto: Charles Nuitter e Arthur Saint-Léon, baseado na história de E.T.A Hoffman.
Coreografia: Arthur Saint-Léon
Cenários: Cambon, Lavastre e Despléchin
Música: Léo Delibes
Figurinos: Paul Lormier
Estréia mundial: 25 de maio de 1870 no Théatre Imperial de L’Opera de Paris.
Giuseppina Bozacchi interpretou Swanilda e Eugénie Fiocre, Franz.

Coppélia é, provavelmente, o ballet cômico mais conhecido e certamente o mais apresentado, no entanto, é muito mais que uma peça engraçada. Foi uma quebra na tristeza dos ballets românticos da época, Coppélia foi um sucesso imediato com seu humor, brilho e suas vigorosas danças nacionais. Criado quando Paris estava perdendo sua posição como capital da dança do mundo, e com a popularidade do balé estava em decadência, a estréia contou com a presença das principais figuras da sociedade parisiense.

Embora as raízes de Coppélia estivessem no ultrapassado movimento Romântico, esse ballet alcançava além, e criando uma base para o ballet clássico que ainda estava por vir. Coppélia tem os camponeses robustos típicos do ballet Romântico, mas nenhuma criatura etérea, apenas uma terrena boneca mecânica. A coesão artística do trabalho e sua incorporação de danças nacionais, seu virtuosismo técnico e variações, pressagiaram o ballet Clássico que então surgiria.

Apesar do sucesso de Coppélia em sua estréia, apenas 18 apresentações foram feitas inicialmente. O exército prussiano invadiu a França logo depois da estréia, e o sitiamento de Paris impediu as apresentações.

Impressionado com o sucesso do ballet La Source (1866), Émile Perrin, diretor da Ópera de Paris, pediu à Charles Nuitter e Arthur Saint-Léon para que colaborassem novamente. Nuitter, arquivista da Ópera de Paris, trabalhou no libreto de Coppélia com o coreógrafo Saint-Léon. Léo Delibes, o qual também tinha composto parte da música de La Source, foi escolhido para ser o compositor.

Pouco é sabido sobre como os colaboradores trabalharam juntos, mas é provável que Nuitter tenha sugerido a estória da boneca de E.T.A Hoffmann e a idéia tenha rapidamente sido aceita. Coppélia é baseada em Der Sandmann (1815), mas Nuitter manteve-se afastado do lado obscuro da estória original, concentrando-se em uma espécie de comédia que também teve grande sucesso em outro ballet, La Fille Mal Gardée. Na estória original, de Hoffmann, a boneca de fato ganha vida, usando o espírito retirado de Franz, enquanto no ballet Swanilda finge ser a boneca, para salvar Franz do experimento de Dr. Coppélius.

Saint-Léon foi bailarino principal e maitre de ballet do império russo, além de talentoso músico e filho de outro respeitado maitre de ballet. Em seu ballet Le Violon de Diable demonstrou sua habilidade, acompanhando a ele mesmo no violino enquanto dançava sua própria coreografia. Para Coppélia criou uma variedade de solos e danças para o corpo de baile, com enorme quantidade de diferentes estilos, incluindo danças nacionais, notavelmente a primeira czardas húngara para ser apresentada em um ballet.

Nuitter havia pensado em Léontine Beaugrand para o papel de Swanilda, mas Perrin não a considerava boa o bastante. Saint-Léon importou uma protegida sua, a alemã Adèle Grantzow, na época estrela do Bolshoi, para o papel principal.

Por Saint-Léon estar dividindo seu tempo entre França e Rússia, o período de produção do ballet foi demorado, sendo ensaiado por cerca de 3 anos. Somente no verão de 1869, Coppélia finalmente ganhou forma, mas a estréia foi adiada para 1870, pois Saint-Léon precisava voltar à Russia, talvez a demora tenha permitido que os pontos fracos fossem ajustados, mas também significou o não aparecimento de Mme. Grantzow no ballet. Devido a uma lesão, ela foi obrigada a voltar para casa antes da estréia de Coppélia. Lesão, a pior aflição para um bailarino – iriam perseguí-la para o resto de sua carreira. Mme. Grantzow faleceu após ter uma das pernas amputadas.

Uma busca nas escolas parisienses foi iniciada, e uma talentosa estudante italiana foi encontrada, Giuseppina Bozacchi, que tinha 15 anos quando começaram os ensaios, e 16 na estréia. Impressionou os críticos com sua personalidade e bom trabalho nas pontas. Mlle. Bozacchi dançou em 18 apresentações antes da guerra impedí-las. Infelizmente, durante o sítio de Paris, contraiu uma febre, vindo a morrer em seu aniversário de 17 anos, em 1870.

Quando recomeçaram as apresentações, o papel de Swanilda foi para Léontine Beaugrand, que triunfou no espetáculo e foi aclamada por Théophile Gauthier como as sucessora da bailarina Carlotta Grisi. Não poderia existir tributo maior – Gauthier, em sua total admiração por Grisi, tinha criado sua obra-prima Giselle como tributo à ela.

O papel de Franz foi interpretado por uma mulher vestida de homem, o que era bem o estilo da época – os ricos homens patrocinadores do ballet (particularmente membros do Jockey Club, que eram muito influentes) não tinham interesse em ver outros homens no palco. Eugénie Fiocre se especializou nesse tipo de papel, e foi a primeira a interpretar Franz. A tradição de Franz ser dançado por uma mulher durou na Ópera de Paris até os anos 50.

A obra-prima de Delibes para esse ballet é frequentemente citada como a principal razão para a popularidade que Coppélia sempre teve. Delibes misturou composições clássicas e folclóricas, estilos de dança e música(Coppélia é o primeiro ballet que contém czardas, uma complicada dança folclórica húngara). A tendência do nacionalismo das músicas, existente na época, provavelmente influenciou na decisão do compositor de incluir várias danças nacionais na partitura.

O trabalho de Coppélia foi musicalmente avançado: as melodias eram mais líricas do que as usadas nas composições dos primeiros ballets, e Delibes compôs o tema de maneira a identificar os personagens e a atmosfera, pratica esta que se iniciou com Adam (com quem Delibes estudou) em Giselle. Swanilda possui uma graciosa e brilhante valsa, Dr. Coppelius um seco contratempo, e um instrumento canônico é tocado para a música de sua boneca Coppélia. Franz possui dois temas, as primeiras quatro notas de cada um formam a mesma forma de melodia. Não existia nenhum solo masculino escrito para Franz, já que o papel era, inicialmente, interpretado por uma mulher. Pelo mesmo motivo não havia nenhum pas de deux notável na versão original da composição; o pas de deux que hoje em dia é considerado excepcional surgiu com a remontagem feita por Marius Petipá, na produção Russa de 1884.

Apesar do sucesso e durabilidade inicial de Coppélia, o terceiro ato apresentou um problema para os coreógrafos subseqüentes: a estória de amor fica quase completa no final do 2° ato, quando Franz e Swanilda reconhecem suas respectivas bobagens. Alguns sentiram a necessidade de um grand pas de deux, o que era uma tradição clássica, para mostrar a maturidade e controle das personagens principais (embora seja desconhecido de que forma era dançado quando ambos as personagens eram mulheres); então o grand pas de deux foi inserido no contexto de uma série de divertissiments. Mas o original divertissiment do Festival do Sino foi considerado longo demais, e estranho para o enredo. As danças foram inicialmente encurtadas e mais tarde completamente cortadas. Nas produções subseqüentes foram tentadas diversas soluções, chegando inclusive a omitir por completo o 3° ato.

Foi na Rússia que o primeiro grand pas de deux com um homem dançando Franz surgiu. Curiosamente, havia um pas de deux na produção de Boston em 1887, mas não era Franz quem dançava, era o tocador de sino do festival que dançava com Swanilda, personagem que não existe mais no ballet.

Os elementos fantásticos de Coppélia residem tão somente nas figuras mecânicas; as pessoas são muito humanas, e há um final feliz. A maior parte da trama é centralizada na figura de Dr. Coppélius. Durante décadas ele foi retratado de um feiticeiro do mal à um excêntrico, e até ridículo, homem velho. Tem sido visto tão somente, como um homem da ciência, que talvez tenha uma idéia distorcida da realidade. Paradoxalmente, enquanto seu personagem está pronto para tirar a vida de um jovem rapaz para dar vida à uma boneca, ele geralmente é visto como uma figura cômica.

Franz é muito menos complicado e deixa um pouco a desejar – como, infelizmente, ocorria com a maioria dos protagonistas masculinos do ballet clássco tradicional.

A popularidade de Coppélia rápido chegou até a Russia – e à Dinamarca, que tinha uma longa tradição dos homens dançarem. Apesar da produção dinamarquesa muito ter se aproximado do enredo original, focou muito menos as bailarinas; Swanilda era a única que dançava nas pontas. Esta versão, montada por Hans Beck, era muito popular com os bailarinos e com o público, mas foi criticada pelos cortes feitos na música.

Em 1871 Joseph Hansen apresentou Coppélia em Bruxelas, e em 1882 foi apresentado no Teatro Bolshoi, em Moscow. A maioria das versões de hoje em dia são baseadas na bem documentada versão Russa de 1884, de Marius Petipá; acredita-se que essa é a versão que mais se aproxima da original de Saint-Léon. Enrico Cecchetti e Lev Ivanov revisaram a produção 10 anos depois, e os elementos da versão provavelmente sobreviveram até os dias de hoje.

Ballet de repertório- A Bela Adormecida

Ballet em três atos cinco cenas e prólogo
Libreto: Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky, baseado em conto de Charles Perrault
Coreografia: Marius Petipa
Cenários: Levot, Botcharov, Andreiev, Ivanov e Shiskov, sob a supervisão de Ivan
Vsevolojsky
Musica: Peter Ilyich Tchaikovsky
Figurinos: Ivan Vsevolojsky
Estreia mundial: 5 de janeiro de 1890 no Teatro Maryinsky de São Petersburgo, Rússia. Carlota Brianza interpretou a Princesa Aurora; Paul Gerdt, o Príncipe; Marie Petipa, a Fada Lilás; Enrico Cecchetti, Carabosse; Varvara Nikitina, Princesa Florine; Enrico Cecchetti, o Pássaro Azul.

A arte tradicionalmente revela um pouco do que se passa em determinado lugar, em dada época, os acontecimentos que estão marcando a sociedade e seus anseios, A Bela Adormecida não é exceção. No final do século XIX, a Rússia experimentava ser não apenas o maior país, em termos populacionais, da Europa, mas também o maior país no que se referia à dança, era o país da dança.
Para marcar todo esse sucesso, o auge em que a Rússia se encontrava, era necessária a criação de um espetáculo nada menos que perfeito, que enchesse os olhos de qualquer um que o visse. Não apenas por suas proezas técnicas, mas por sua riqueza em todos os diversos aspectos, como figurinos, cenários, coreografias, músicas, etc.
Era com esse intento que, então, surgia o ballet A Bela Adormecida, demonstrando toda a opulência da capital mundial da dança. Para tanto, foi necessário que houvesse uma perfeita integração entre todos os envolvidos na produção. Alexandrovich Vsevolojsky foi o responsável por essa coordenação, agiu juntamente com Tchaikovsky e Marius Petipa, trabalhando para a adaptação do tema e do libreto.
Tchaikovsky vinha, dessa vez, com um desafio a ser vencido, depois de seu primeiro trabalho para um ballet – O Lago dos Cisnes – ter fracassado na primeira produção, era essencial que neste novo espetáculo não ocorressem falhas.
Marius Petipa, com sua noção perfeita da seqüência de dança, detalhava o máximo possível seus pedidos à Tchaikovsky, especificando quantos pontos seriam trabalhados, quantos compassos eram necessários para cada cena, o estilo, o tempo, os instrumentos a serem utilizados, etc. Apesar de todas essas especificações feitas por Petipa, não havia uma “ditadura” quanto à isso, mas um trabalho feito constantemente em conjunto, adequando-se as duas partes. Daí tamanha perfeição da produção, que nos dias atuais é tão admirada, servindo como grande exemplo de organização e plena integração da equipe.
Os maiores responsáveis encontraram alí seu auge. Tchaikovsky encontrou estrondoso sucesso com sua música, apagando de vez o fracasso da primeira versão de O Lago dos Cisnes. Petipa não poderia ter criado coreografias mais brilhantes, as quais foram obtidas através da renúncia de parte da dramaticidade, dessa maneira surgem coreografias que falam por si só, como os pas de deux de Aurora e o Príncipe e o do Pássaro Azul. Além disso haviam as belíssimas variações, das fadas, a de safira, diamante, etc.
Especial beleza foi dada à Fada Lilás, não só por ser uma das personagens principais, mas impossível seria deixar de considerar o fato de que esta seria interpretada pela filha de Petipa, Marie Mariusovna Petipa, apresentando incrível riqueza técnica.
Além de toda a integração que deu vida próspera e bem sucedida à produção, as maiores estrelas da época interpretaram os principais papéis, o que seria uma maneira de marcar o ballet A Bela Adormecida para sempre, foi também uma honra para aqueles bailarinos que ali participaram.
A Bela Adormecida era tudo o que a sociedade da época esperava ter, um conto de fadas, com muita riqueza, longe das guerras, onde a magia transforma o mal no bem, onde o bem sempre vence, talvez não fosse apenas o que a sociedade daquela época quisesse e, não só por isso, ainda hoje é um dos ballets mais apreciados no mundo.