domingo, 18 de abril de 2010

Ballet de repertório- La Syphide

Balé romântico em dois atos e três cenas
Libreto: Adolphe Nourrit
Coreografia: Filippo Taglioni
Cenários: Pierre Ciceri
Música: Jean Schneitzhoeffer
Figurinos: Eugène Lami
Estréia mundial: 12 de março de 1832, no Théâtre de l’Academie Royale de Musique, em Paris. Maria Taglioni interpretou a Sílfide e Mazilier foi James.

Com libreto de Adolphe Nourrit, La Sylphide foi inspirado no conto de Charles Nodier, "Trilby ou Le Lutin d'Argail", de 1822, que era baseado em uma lenda escocesa. La Sylphide é um marco histórico, pois representou o início da era romântica no ballet, pois continha todos os elementos do romantismo, a mulher idealizada, o amor inatingível, o predomínio do sobrenatural e a morte por amor.

Teve enorme sucesso quando de sua estréia, não apenas por trazer a era romântica aos palcos, mas principalmente pela inovação que representou, com a bailarina principal, Marie Taglioni, filha do coreógrafo deste ballet, Filippo Taglioni, usando sapatilhas de ponta. Foi a primeira vez que se atingiu em um ballet o que há muito era o ideal de todos os coreógrafos, fazer a bailarina ficar em um nível elevado, parecer leve, o que acabou se consagrando como símbolo da bailarina.

Além das sapatilhas, as roupas usadas passaram por grande alteração, entraram em cena os tutus românticos, com seus tecidos esvoaçantes e translúcidos, em várias camadas, o que só intensificava a impressão de leveza da bailarina. Outro ponto que merece destaque é a evolução ocorrida nos cenários nesse período, que culminou com a possibilidade das bailarinas "voarem" no palco, por meio de mecanismos cenográficos revolucionários.

O segundo ato foi determinante para o surgimento do ballet blanc, um ato inteiro somente com criaturas etéreas, que mais tarde seria dado continuidade em outros ballets, como Giselle, La Bayadère, etc.

Apesar do imenso sucesso alcançado por La Sylphide, a coreografia original foi se perdendo com o tempo, inúmeras foram as novas versões criadas após a de Filippo Taglioni, merecendo destaque a de Bournonville, em 1836, que ainda nos dias de hoje resiste, além desta, em 1971, Pierre Lacotte, baseado em profundas pesquisas realizadas em descrições e anotações da época, remontou o ballet para para a Ópera de Paris, tendo como papel principal sua esposa Gislaine Thesmar, sendo esta a versão mais conhecida na atualidade.

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